A MULHER E O FLUXO DE SANGUE
18/02/2012 23:52
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A MULHER E O FLUXO DE SANGUE
Por: Geisiel Santos
Marcos 5
25 E certa mulher que, havia doze anos, tinha um fluxo de sangue,
26 E que havia padecido muito com muitos médicos, e despendido tudo quanto tinha, nada lhe aproveitando isso, antes indo a pior;
27 Ouvindo falar de Jesus, veio por detrás, entre a multidão, e tocou na sua veste.
29 E logo se lhe secou a fonte do seu sangue; e sentiu no seu corpo estar já curada daquele mal.
30 E logo Jesus, conhecendo que a virtude de si mesmo saíra, voltou-se para a multidão, e disse: Quem tocou nas minhas vestes?
33 Então a mulher, que sabia o que lhe tinha acontecido, temendo e tremendo, aproximou-se, e prostrou-se diante dele, e disse-lhe toda a verdade.
34 E ele lhe disse: Filha, a tua fé te salvou; vai em paz, e sê curada deste teu mal.
INTRODUÇÃO
Nos dias em que vivemos, é muito natural falarmos dos dias menstruais das mulheres, é um assunto ensinado em programas de rádios e televisões, assim como ensinado em classes escolares. No entanto, isso não foi sempre assim, nos tempos bíblicos esse era um assunto extremamente evitado e a mulher era considerada imunda todas as vezes que a este período.
Durante a semana, a mulher deveria manter-se afastada de toda a sociedade, já que tudo e todos que ela tocasse , ou que tocasse nela seria considerado tão imundo quanto ela.
Outro fator que chama a nossa atenção para os tempos da lei é o fato de que a mulher não ficava imunda apenas nos dias menstruais, mesmo depois que o seu ciclo terminava, ela ainda deveria esperar mais sete dias para que fosse considerada totalmente purificada. Sendo assim, toda mulher ficava apresentável apenas por quinze dias em cada mês, enquanto os outros quinze dias ela deveria permanecer no seu quartinho de imundícia (Lev.15.28 ao 30).
UMA ANÔNIMA
Diante do contexto da lei que acabamos de ler, encontramos uma mulher que a doze anos está sofrendo com um fluxo constante, são doze anos sem ser tocada por ninguém e sem o direito de tocar em nada.
Se parafrasearmos a história desta mulher com a lei de Israel, entenderemos que a doze anos aquela mulher estava isolada em seu quartinho de imundícia, não tinha contato com ninguém e ninguém estava disposto a se tornar imundo para cuidar dela.
Observemos alguns detalhes desta narração:
Mc 5. v.26 – Dois detalhes são revelados aqui;
1º Ela já tinha gastado todo o seu dinheiro com a medicina, pagando consultas e tentando se livrar daquela profunda hemorragia;
2º Apesar dela está pagando por consultas particulares, os médicos não cuidavam dela, o texto diz que ela padecia muito nas mãos deles.
Isso acontecia porque o médico que a tocasse deveria ficar afastado de todos até o fim da tarde e nenhum deles estava disposto a perder um dia de consultas, então, pegavam o seu dinheiro e depois a expulsava do consultório para que seus equipamentos não se tornassem imundos.
A vida daquela mulher com certeza já estava afundada em lágrimas e uma depressão profunda, não havia uma esperança de cura para aquela em quem os médicos não queriam tocar.
Era uma vida típica de uma depressiva, sem um porque de permanecer viva, ela não tinha razões para sorrir, muito menos para ter esperança, era como uma leprosa, tinha seu quartinho separado no quintal, seus objetos separados e nem mesmo seus familiares a tocavam para não se torar imundos.
A prova disso, é que quando ela sai ao encontro de Jesus nenhum de seus familiares a acompanha para possíveis cuidados no caminho.
UMA DECISÃO ARRISCADA
Apesar de tudo o que ela estava enfrentando, aquela mulher não perdeu a fé, mesmo em meio a todas as dificuldades ela sonhava com o dia em que ia ser igual a todos os outros, o dia em que poderia andar livremente pelas ruas sem ter que gritar: “mulher imunda, mulher imunda”.
É diante deste conflito entre discriminação e cura que esta mulher resolve ir atrás de Jesus. Ao sair de seu quartinho de imundícia ela teria de estar preparada para todo o tipo de descriminação, isso poderia ir desde um grito de expulsão até uma pedrada de alguém que não quisesse se tornar imundo como aquela mulher.
Ela decide tentar, sai pelas ruas pedindo passagem e informando que ali vai uma imunda, encara a discriminação, a lei, sua família, seus vizinhos e seu povo e vai, caminha ao encontro de Jesus e o encontra rodeado por uma multidão.
Ao chegar naquele lugar, ela já não tinha mais forças para estar de pé, arrastava-se entre a multidão tentando reconhecer as sandálias de Jesus, e quando ela o encontra, rapidamente o toca, toca com fé, pois sabia que Ele poderia curá-la (Mc. 5.28), A Bíblia diz que ela toca na orla do vestido de Jesus, isso é, na barra do vestido do mestre.
Se analisarmos o lugar onde ela tocou, entenderemos facilmente que aquela mulher estava se arrastando, ela já não tinha mais forças para caminhar e o seu corpo está totalmente debilitado.
DISSE JESUS: QUEM ME TOCOU?
Ao ouvir esta pergunta aquela mulher conscientizou–se do que tinha acabado de fazer. Ao tocar em Jesus, legalmente ela o teria tornado imundo, ou seja, Pela lei, Jesus deveria ficar afastado de toda a sociedade até o sol se por, e então, lavar-se em um rio e só então, estaria limpo novamente.
É com temor e tremor que ela se apresenta a Jesus. Ele olha para ela e diz: “Filha, a tua fé te salvou; vai em paz, e sê curada deste teu mal.” (Marcos 5.33)
Observemos que Jesus não a discriminou, Ele não a critica, nem reclama por ter sido tocado por uma mulher “imunda”, Ele diz para ela ir em paz e prova o grande amor do nosso Deus pelos seus filhos.
Outro fator interessante, é que a mulher que chegou se arrastando e sem forças, agora já está em pé, e é exatamente igual aos outros, a prova disso é que quando Jesus pergunta “Quem mim tocou?”, Ele olha e não ver nada de estranho à sua volta, todos eram iguais, inclusive a mulher que antes estava debilitada,
PODER PURIFICADOR
Algumas verdades sobre Cristo são reveladas para nós nesta história:
1º JESUS É UM MÉDICO DIFERENTE;
Se observarmos toda a história e levarmos em consideração o seu contexto na lei, entenderemos que Cristo tinha todos os motivos humanos para não tocar, nem se deixar ser tocado por aquela mulher. Ele era um homem público e muita gente o procurava em um único dia, não fazia sentido se deixar tocar por uma imunda que poderia atrapalhar o seu trabalho.
Cristo não se importou, depois de saber a história daquela mulher (Mc 5.33b), Ele não a expulsa de perto, Ele a acolhe, a recebe e lhe traz conforto, Cristo não faz a discriminação de pessoas (Mt. 11.28).
2. É IMPOSSÍVEL CONTAMINAR JESUS;
Esta segunda parte revela o caráter Divino de Jesus. Ao ser tocado pela mulher Ele deveria ter ficado imundo, mas não, o estado de imundície não tem poder sobre Jesus.
De acordo com a Lei, algo Santo não purificava o imundo, mas o imundo sujava o Santo (Ageu 2. 12,13), ou seja, pela lei, aquela mulher tornaria Jesus imundo, mas Jesus não poderia a tornar purificada.
Não foi isso que aconteceu ali, ao tocar em Jesus aquela mulher imediatamente ficou sã, ela tornou-se completamente igual às pessoas à sua volta, enquanto isso, ninguém poderia acusar Jesus de estar imundo, afinal, a mulher não tinha mais nenhuma doença.
Como alguém poderia provar que Jesus foi tocado por uma mulher em estado de imundície se a mulher já estava curada, qual seria a prova contra Jesus? Ele a curou, provou que o poder dEle é maior, que ao contrário da lei que discriminava e exterminava, Ele veio para acolher e dar vida, e acima de tudo, vida de qualidade para os seres humanos.
REINTEGRAÇÃO SOCIAL
Jesus a curou, sim, as também devolveu a ela o direito de retornar para a sociedade. Depois de doze anos em um quartinho de imundícia, aquela mulher pode voltar para a sua casa, sentar-se à mesa com seus filhos, ir à praça, ao templo, aos vizinhos e a todos quanto ela desejasse visitar.
Ao curar aquela mulher, Jesus estava escrevendo uma nova história para a vida dela, Ele devolveu para ela o sentido de viver, o vigor físico e a alegria da liberdade.
A mesma mulher que antes era rejeitada, agora é procurada para contar a sua história, todos queriam conhecer a mulher que foi curada ao tocar nas vestes de Jesus.
É assim que Deus faz, pega o sujo e rejeitado e faz dele um limpo desejado, Ele muda histórias e faz do que não era nada, um grande vencedor.
CONCLUSÃO
O que aconteceu na vida daquela mulher está disponível para todos nós. O mesmo Jesus ainda opera no meio da sua igreja e está disposto a mudar histórias, escrever páginas de vitória em meio a tantos anos de dor e sofrimento.
Basta sairmos do nosso quartinho de imundícia, encararmos a situação, e corrermos ao encontro dEle. Por maior que seja o problema, por maior que seja o pecado, nada disso é difícil para Jesus, não existe a possibilidade de Jesus sair frustrado de uma missão, Ele é Deus, o seu poder é sobrenatural e a sua onipotência revela o seu caráter.
Tome hoje uma decisão em relação à sua causa, saia do quarto da depressão, da discriminação e de tudo o que te faz se sentir inferior e caminhe ao encontro de Jesus. Posso te garantir que Ele não te decepcionará.
Geisiel Santos
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