CARTA A IGREJA DE FILADÉLFIA

10/12/2011 10:42

 

Download deste estudo. Clique aqui: 6ª - CARTA A IGREJA DE FILADÉLFIA.docx (26,1 kB)

 

 

CARTA A IGREJA DE FILADÉLFIA

Uma igreja missionária

 

 

Por: Geisiel Santos

 

APOCALIPSE 3

E ao anjo da igreja que está em Filadélfia escreve: Isto diz o que é santo, o que é verdadeiro, o que tem a chave de Davi; o que abre, e ninguém fecha; e fecha, e ninguém abre:

Conheço as tuas obras; eis que diante de ti pus uma porta aberta, e ninguém a pode fechar; tendo pouca força, guardaste a minha palavra, e não negaste o meu nome.

Eis que eu farei aos da sinagoga de Satanás, aos que se dizem judeus, e não são, mas mentem: eis que eu farei que venham, e adorem prostrados a teus pés, e saibam que eu te amo.

10  Como guardaste a palavra da minha paciência, também eu te guardarei da hora da tentação que há de vir sobre todo o mundo, para tentar os que habitam na terra.

11  Eis que venho sem demora; guarda o que tens, para que ninguém tome a tua coroa.

12  A quem vencer, eu o farei coluna no templo do meu Deus, e dele nunca sairá; e escreverei sobre ele o nome do meu Deus, e o nome da cidade do meu Deus, a nova Jerusalém, que desce do céu, do meu Deus, e também o meu novo nome.

13  Quem tem ouvidos, ouça o que o Espírito diz às igrejas.

 

 

INTRODUÇÃO

 

 

A cidade de Filadélfia foi fundada pelo rei Eumenes (Rei de Pérgamo) e seu irmão ÁtalosII. O nome da cidade foi uma homenagem a Átalos, que, em razão da sua lealdade ao seu irmão, rei de Pérgamo, teve o seu nome mudado para filadélfos.

 

Essa cidade foi fundada para ser uma extensão de Pérgamo no segundo século a.C.. Localizada estrategicamente em uma estrada que ligava Pérgamo a Laodicéia.

 

Nos tempos do Novo Testamento, Filadélfia fazia parte da província romana da Ásia menor. A cidade foi destruída por um terremoto em 17 d.C., foi reconstruída com a ajuda do imperador Tibério. Recebeu o nome de Neokaisaréia, e alguns anos depois, no período do imperador Vespasiano, recebeu o nome de Flávia.

 

A agricultura era a principal fonte de renda dessa cidade, e mesmo as “indústrias” daquele lugar, trabalhavam com produtos relacionados a agricultura. Por ter um solo fértil, Filadélfia desenvolveu um forte cultivo de vinhas, proporcionando com isso, a fabricação de grande quantidade de vinhos de alta qualidade. Os rebanhos que ali eram pastoreados forneciam lã para os tecidos e couro para fabricação de produtos derivados do mesmo.

 

Assim como Pérgamo, Filadélfia cultuava o imperador e as suas divindades pagãs. Aconteciam ali diversas festas religiosas, onde se cultuava as divindades do império, assim como o próprio César.

 

No entanto, ao contrário da igreja de Pérgamo, a Igreja em Filadélfia era cheia de vida, independente do governo, e realmente representava o verdadeiro e autêntico Cristianismo, sem a contaminação que havia atingido pelo menos cinco das sete igrejas de Apocalipse.

 

Hoje, Filadélfia corresponde à cidade turca de Alah Sehir, que siguinifica “Cidade de Deus” situada a 130 km ao leste de Esmirna.

 

 

APRESENTAÇÃO

 

APOCALIPSE 3

E ao anjo da igreja que está em Filadélfia escreve: Isto diz o que é santo, o que é verdadeiro, o que tem a chave de Davi; o que abre, e ninguém fecha; e fecha, e ninguém abre:

8 (a) eis que diante de ti pus uma porta aberta, e ninguém a pode fechar

 

Aquela era uma igreja diferenciada, uma igreja que levava o evangelho a sério e que queria santificar-se cada vez mais na presença de Deus. Jesus se apresenta a igreja de Filadélfia, usando três das suas muitas qualidades:

 

1º SANTO -  Jesus faz uma referência a 1Pedro 1.16, que diz: “Sede santos, porque Eu sou Santo” Era o principal interesse de Jesus, mostrar para aquela igreja que eles estavam no caminho certo já que estavam sendo imitadores de Cristo.

 

2º VERDADEIRO – Aqui Cristo mostra a sua autenticidade, “Eu Sou Verdadeiro”, em meio a tantas divindades que eram adoradas pelos moradores daquela cidade (mas não pela igreja), Jesus se apresenta como “O Deus Verdadeiro”.

 

João 14.6: “Eu sou o caminho, a verdade e a vida; ninguém vem ao pai a não ser por mim.”

 

3º O QUE TEM AS CHAVES DE DAVI – Observe o que disse Isaías 22.22: “Porei sobre o seu ombro a

chave da casa de Davi, ele abrirá e ninguém fechará, fechará e ninguém abrirá.”

 

Davi foi um rei que nunca perdeu uma guerra, por maior que fosse o exército que se levantasse contra ele, Deus o fazia vencer. O segredo para esse sucesso é revelado no início da sua carreira, em frente ao gigante Golias ele revela qual era a sua chave de vitória: “...Tu vens contra mim com espada, com escudo e com lança; eu porém vou contra ti em nome do Senhor dos exércitos, O Deus dos exércitos de Israel a quem tens afrontado...” 1 Samuel 17: 45 ao 47.

 

Jesus estava disposto a usar todo o seu poder e força a favor daquela igreja, e dá garantias a eles de que tinha aberto uma porta evangelizadora para eles que ninguém poderia fechar. Ao contrário do que tinha acontecido na vizinha cidade de Pérgamo, o inimigo não poderia tocar na igreja de Filadélfia, e muito menos contaminá-la porque eles estavam sobre a total proteção de Deus.

 

 

CONHEÇO AS TUAS OBRAS

 

 

APOCALIPSE 3

Conheço as tuas obras;   ...tendo pouca força, guardaste a minha palavra, e não negaste o meu nome.

 

Era uma igreja definitivamente pequena, tanto em tamanho, quanto em número de membros. Não podemos nos esquecer de que estamos falando de uma cidade extremamente ligada a Pérgamo (onde estava o templo ao imperador), isso faz com que, aqueles que não se dobrassem ao império, ou à suas divindades, se tornariam pobres, e consequentemente, de uma classe inferior na sociedade. No entanto, os irmãos de Filadélfia, guardaram consigo os mandamentos de Deus e não negaram, jamais, o nome de Jesus.

 

 

VITÓRIA SOBRE OS PERSEGUIDORES

 

 

APOCAIPSE 3

Eis que eu farei aos da sinagoga de Satanás, aos que se dizem judeus, e não são, mas mentem: eis que eu farei que venham, e adorem prostrados a teus pés, e saibam que eu te amo.

 

Alguns expositores acreditam que esse versículo tenha um duplo siguinificado profético.

 

1º - O Senhor estaria fazendo menção aqui, de que os falsos judeus que perseguiam aquela igreja viriam ao encontro dela e se prostrariam ante o ensino da palavra de Deus.

 

2º - É uma profecia escatológica que há de se cumprir no período milenar, quando a igreja reinará com Cristo sobre a terra e os homens terão de reverenciá-la por saber que é amada de Deus.

 

 

UMA TRIBULAÇÃO MUNDIAL

 

APOCALIPSE 3

10  Como guardaste a palavra da minha paciência, também eu te guardarei da hora da tentação que há de vir sobre todo o mundo, para tentar os que habitam na terra.

 

Por mais que nos esforcemos, jamais conseguiremos retirar o valor escatológico desses versículos. Já houve muitas tribulações em vários lugares, até mesmo guerras mundiais, no entanto, a tribulação mundial que tem a igreja como principal inimigo a ser destruído, essa ainda está por vir.

 

O período de tribulação é descrito pela Bíblia como o pior período da história da humanidade, quando o anticristo será o governador mundial por sete anos (septuagésima semana de Daniel). Porém, Jesus promete arrebatar a Igreja verdadeira (representada aqui pela Igreja de Filadélfia) antes desse temeroso período. Tudo por causa da fidelidade da Igreja de Filadélfia.

 

 

CUIDADO COM A COROA

 

APOCALIPSE 3

11  Eis que venho sem demora; guarda o que tens, para que ninguém tome a tua coroa.

 

O Senhor não demorará vir, os sinais já mostram que Ele vem, e vem depressa. A exortação de Cristo para a sua igreja fiel é para que a mesma guarde a sua fidelidade, a sinceridade, o temor e a obediência à palavra de Deus, para que assim, o inimigo não ache brecha para acusar o crente e arrancar dele o direito ao galardão (É bom observarmos, que o texto fala de perder o galardão, e não a salvação que é garantida a todos os servos de  Cristo).

 

AO QUE VENCER

 

 

APOCALIPSE 3

12  A quem vencer, eu o farei coluna no templo do meu Deus, e dele nunca sairá; e escreverei sobre ele o nome do meu Deus, e o nome da cidade do meu Deus, a nova Jerusalém, que desce do céu, do meu Deus, e também o meu novo nome

 

A COLUNA – Coluna é sinônimo de firmeza, estabilidade, de garantia. Jesus está prometendo a garantia de que jamais serão retirados dos céus depois de alcançá-lo. Em toda a Bíblia teremos a garantia da salvação eterna, uma vez salvo, o inimigo jamais nos tocará novamente.

 

NOME DE DEUS – É o selo do Espírito Santo que nos identifica como sendo propriedade exclusiva do Pai. É exatamente a gravação do nome do Pai em nossas vidas, o que nos dará direito de habitar na Nova Jerusalém, conforme as descrições de Apocalipse 21:9 a 22:6.

 

NOME DA CIDADE – É o passaporte que nos identificará eternamente como cidadãos do Reino dos Céus.

 

NOVO NOME DE CRISTO - O nome de Jesus será gravado nos crentes fiéis como confirmação do selo e para cumprir o que está escrito em Apocalipse 22:3-4:

 

"Nunca mais haverá qualquer maldição. Nela, estará o trono de Deus e do Cordeiro. Os seus servos o servirão, contemplarão a sua face, e na sua fronte está o nome dEle."

 

 

OUÇA O ESPÍRITO

 

 

APOCALIPSE 3

13  Quem tem ouvidos, ouça o que o Espírito diz às igrejas.

 

Essa frase está no final de todas as carta, o Senhor depois de alertar cada igreja de acordo os seus propósitos, Ele ordena que dêem ouvidos ao Espírito de Deus. O Espírito continuamente tem nos alertado, em hinos, mensagens, profecias, ou através da interpretação da própria palavra. Basta cada um de nós darmos ouvidos ao que o Senhor está a nos ensinar para não sermos pegos de surpresa no dia da vinda de Jesus.

 

 

 

ESTUDO II

Ponto histórico da carta de filadélfia

 

 

 

O nome Filadélfia é um sinônimo de lealdade e fidelidade. Não nos impressiona saber que a igreja que leva esse nome tenha sido uma das mais fiéis dentre todas as sete que receberam cartas do senhor Jesus. Além de Filadélfia, somente Esmirna foi tão elogiada pelo próprio Senhor e não teve nenhum dos seus erros citados na carta.

 

O início do cumprimento profético da carta a Filadélfia na história, se dá entre 1730 d.C. e 1750 d.C.. Época em que a igreja, já reformada, tomou uma posição evangelizadora por todas as nações.

 

Deus promoveu um despertar entre os cristãos dessa época e, como resultado disso, um grande avivamento aconteceu na igreja de Cristo desse período. Um mover de santidade tomou conta da igreja, que se afastou de uma vez por todas dos preceitos romanos que ainda restava entre eles, mesmo depois da reforma. Era o agir de Deus para o cumprimento da profecia da sexta carta do Apocalipse. A carta da igreja de Filadélfia.

 

Uma das reuniões intercessórias de maior destaque foi o movimento de cem anos de oração elaborado e posto em prática pelo Conde Zindendorff, clamando a Deus por avivamento, no início do século XVIII. Pelo menos uma pessoa por dia orava pedindo perdão pelos pecados da nação inglesa, (Ezequiel 22:30). Como resultado de tamanha devoção e sede de Deus, O Senhor já estava preparando um grande guerreiro para lutar À frente de seu novo exército, alguém destemido, ao tempo que também apaixonado pela palavra de Deus.

 

Outro resultado de todas essas orações, foi que o avivamento promovido pelo Espírito Santo nessa época reativou o trabalho missionário ao redor do mundo. O "ide" de Jesus (Marcos 16:15-16) voltou a ser obedecido pela Igreja.

 

Entre vários movimentos do Espírito Santo ao redor do mundo por volta de 1750 d.C. a fim de reativar o avivamento, vale a pena destacar um deles: o surgimento de John Wesley.

 

JOÃO WESLEY

Nos primeiros cinquenta anos do século dezoito, as igrejas da Inglaterra, tanto a oficial como a dissidente entraram em decadência. Os cultos eram formalistas, dominados por uma crença intelectual, mas sem poder moral sobre o povo. A Inglaterra foi despertada dessa condição por um grupo de pregadores sinceros dirigidos pelos irmãos João e Carlos Wesley e Jorge Whitefield. Dentre os três, Whitefield era o pregador mais poderoso, que comovia os corações de milhares de pessoas, tanto na Inglaterra como na América do Norte. Carlos Wesley era o poeta sacro, cujos hinos enriqueceram a coleção de louvores a partir de seu tempo. João Wesley foi sem dúvida alguma, o indiscutível líder do movimento. Na idade de trinta e cinco anos, quando desempenhava as funções de clérigo anglicano, João Wesley encontrou a realidade da religião espiritual entre os “morávios”, um grupo dissidente da igreja Luterana.

 

Em 1739, Wesley começou a pregar "o testemunho do Espírito" como um conhecimento pessoal interior, e fundou comunidades para aqueles que aceitavam seus ensinos. A princípio essas comunidades eram orientadas por dirigentes de classes, porém mais tarde, Wesley convocou um corpo de pregadores para que levassem as doutrinas e relatassem suas experiências em todos os lugares, na Grã-Bretanha e nas colônias norte-americanas. Os seguidores de Wesley foram chamados "metodistas", e Wesley aceitou sem relutância esse nome. Na Inglaterra foram conhecidos como "metodistas wesleyanos", e antes da morte de seu fundador, contavam-se aos milhares.

 

Se existe uma coisa que não podemos negar, é que toda a vez que a intercessão  ganha o seu devido lugar no meio do povo de Deus, há uma despertar muito grande de missões no meio da igreja. A oração leva o crente a reconhecer as suas falhas, a desejar uma mudança de vida, e o melhor, a oração sempre levará o crente a sentir a dor de seu próximo, tudo porque a oração traz sensibilidade para a vida daquele que ora.

 

Diversos grupos ao redor do mundo também se levantaram nessa época, no entanto, demos destaque aos wesleyanos, haja visto ter sido a Inglaterra escolhida por Deus, como o lugar de onde se acenderia a chama do avivamento que percorreria por todas as nações.

 

 

CONCLUSÃO

 

 

Como podemos ver, Desde a reforma em 1521, Deus não parou mais de tratar com o seu povo, levantou para si uma igreja santa e acendeu nesta igreja a chama das missões. É impressionante e incalculável a magnitude que a ação de Deus pode chegar quando uma igreja se dispõe a realizar orações em conjunto. Sim orações no melhor do seu siguinificado. Veja:

 

ORAÇÃO -  se pararmos para analisar esta palavra, perceberemos que ela é a junção de duas outras muito importantes.

 

A primeira nos ensinar a orar, falar com Deus, apresentarmos a Ele a nossa causa ou a causa do nosso próximo, ou quem sabe da sociedade em que vivemos ( I João 5. 14)

 

A segunda por sua vez, faz referência às nossas atitudes, ao nosso levantar, à nossa disposição em fazermos alguma coisa em relação àquilo que almejamos receber. Literalmente nos leva a tomarmos uma ação.

 

Os irmãos da Inglaterra não se limitaram em apenas orar pedindo que Deus salvasse o seu país da lama em que estava. Eles se dispuseram para ser o canal abençoador que Cristo iria usar para levar a Sua palavra aos homens e mulheres daquela geração.

 

Que possamos nós, entregarmo-nos a Deus, e dizer como Isaías “Envia-me-a-mim”. Que sejamos aquele que Deus vai usar para mais uma vez despertar a nossa geração, geração de jovens que morrem nas drogas, de casamentos que duram cada vez menos, de vidas que já não sabem o siguinificado da palavra “Caráter”. Essa geração precisa de um novo avivamento, de alguém que vá até eles e diga que Jesus os ama, e que nós, sim eu e você que está lendo este estudo, sejamos esse missionário que salvará a nossa família, a nossa rua, o nosso bairro, a nossa cidade, o nosso estado e o nosso país.

 

Que Deus te levante como um grande vaso em suas mãos.

 

 

Geisiel Santos

www.geisielsantos.com

 

 

—————

Voltar