DÍZIMOS E OFERTAS (Se Deus não precisa de dinheiro, Que obrigação tenho com isso?)

10/02/2012 10:22

 

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DÍZIMOS E OFERTAS

 

“ SE DEUS NÃO PRECISA DE DINHEIRO, QUE OBRIGAÇÃO TENHO COM ESTAS COISAS? ”

 

 

 

Por Geisiel Santos

 

 

AGEU 1

4  Porventura é para vós tempo de habitardes nas vossas casas forradas, enquanto esta casa fica deserta?

 

5  Ora, pois, assim diz o SENHOR dos Exércitos: Considerai os vossos caminhos.

 

6  Semeais muito, e recolheis pouco; comeis, porém não vos fartais; bebeis, porém não vos saciais; vesti-vos, porém ninguém se aquece; e o que recebe salário, recebe-o num saco furado.

 

7  Assim diz o SENHOR dos Exércitos: Considerai os vossos caminhos.

 

8  Subi ao monte, e trazei madeira, e edificai a casa; e dela me agradarei, e serei glorificado, diz o SENHOR.

 

9  Esperastes o muito, mas eis que veio a ser pouco; e esse pouco, quando o trouxestes para casa, eu dissipei com um sopro. Por que causa? Disse o SENHOR dos Exércitos. Por causa da minha casa, que está deserta, enquanto cada um de vós corre à sua própria casa.

 

10  Por isso retém os céus sobre vós o orvalho, e a terra detém os seus frutos.

 

11  E mandei vir a seca sobre a terra, e sobre os montes, e sobre o trigo, e sobre o mosto, e sobre o azeite, e sobre o que a terra produz; como também sobre os homens, e sobre o gado, e sobre todo o trabalho das mãos.

 

 

 

INTRODUÇÃO

 

 

 

Dentre todos os assuntos da Bíblia Sagrada, o assunto do dízimo é talvez o mais polêmico. Se por um lado existem pessoas que o desprezam e dizem não ter nenhuma obrigação relacionada a isto e que dízimo é dar dinheiro para pastor, por outro, pessoas o colocam acima da salvação e são capazes de passar horas falando somente nisso como se essa fosse uma base de fé para a salvação da alma.

 

Tenho que dizer que ambas as opiniões estão completamente erradas. Os dízimos e ofertas não podem ser ignorados, pois são para a sustentação da obra do Senhor, todavia, não podem também ser idolatrados e colocados acima da cruz, pois é pela fé que alcançamos salvação e não pelas obras.

 

O texto de Ageu que acabamos de ler, fala de Fé, Amor e Bênçãos Retidas, fala de trazermos as nossas ofertas por amor a obra e mostra o desejo de Deus em ver o templo edificado pelo esforço dos seus servos.

 

 

 

ENTENDENDO A PROFECIA DE AGEU

 

 

 

Ageu foi um imediato de Deus levantado para profetizar por um período de quatro meses cerca de quinze anos depois dos judeus retornarem da Babilônia.

 

No tempo do sacerdote Esdras, as bases do templo foram construídas, mas o povo queixava-se de que suas casas ainda não estavam em condições de moradias. Numa atitude humanitária, Esdras permitiu que fizessem a reforma de suas casas e só depois a reforma do templo.

 

Até então estava tudo certo, Esdras não errou por isso, antes, foi um líder que se preocupou com o bem estar do seu povo, porém, o povo aproveitou-se disso para não construir o templo de Deus, quinze anos havia se passado e todas as casas estavam lindas, mas o projeto do templo ainda não havia “saído do papel”. É neste cenário que Deus levanta Ageu como profeta para revelar a sua vontade ao povo.

 

Deus usa Ageu para fazer uma pergunta muito simples: “Porventura é para vós tempo de habitardes nas vossas casas forradas, enquanto esta casa fica deserta?” (Ageu 1.4)

 

Deus estava insatisfeito com o povo e mostra que o que eles não investiam na obra de Deus estava sendo tomado deles de uma forma bastante dolorosa, não era o devorador, ou cortador, ou o migrador que estava lá, até porque esta profecia de Joel fala de um assunto que não tem nada a ver com ofertas ou dízimos para a casa do Senhor.

 

O Senhor havia permitido que o próprio povo sofresse necessidades estranhas no meio deles. Observe o que diz os versículos 6, 9, 10 e 11 do Capítulo 1 de Ageu:

 

6  Semeais muito, e recolheis pouco; comeis, porém não vos fartais; bebeis, porém não vos saciais; vesti-vos, porém ninguém se aquece; e o que recebe salário, recebe-o num saco furado.

 

9  Esperastes o muito, mas eis que veio a ser pouco; e esse pouco, quando o trouxestes para casa, eu dissipei com um sopro. Por que causa? Disse o SENHOR dos Exércitos. Por causa da minha casa, que está deserta, enquanto cada um de vós corre à sua própria casa.

 

10  Por isso retém os céus sobre vós o orvalho, e a terra detém os seus frutos.

 

11  E mandei vir a seca sobre a terra, e sobre os montes, e sobre o trigo, e sobre o mosto, e sobre o azeite, e sobre o que a terra produz; como também sobre os homens, e sobre o gado, e sobre todo o trabalho das mãos.

 

 

Observe que além de reter as bênçãos da natureza (chuva, orvalho, bons ventos, crescimento das plantas e nascimento dos frutos), o Senhor permitiu que coisas estranhas acontecessem no organismo daquele povo.

Eles comiam e continuavam com fome, bebiam e continuavam com sede, se agasalhavam e continuavam com frio.

 

Levando em conta que a fome, a sede e o frio aumentaram, por mais que tivesse alimentos sempre seria insuficiente, por mais que tivessem água, seria insuficiente, por mais que pegassem a lã que deveria ser vendida e a usasse para fazer casacos, também seria insuficiente. O Senhor completa dizendo que com tais necessidades, o salário que era recebido era como se fosse para um saco furado (v.6), o dinheiro nunca dava para as necessidades.

 

Para completar a sua palavra, o Senhor explica que tudo aquilo acabaria se eles investissem na construção do templo do Senhor.

 

Portanto, apesar do texto não ser um texto que fala diretamente de dízimos e ofertas, Ageu fala-nos sobre investimento, algo que exige fé e amor, simplesmente as bases para a prosperidade do cristão na terra, independente de tempo, época e dispensação.

 

 

 

DÍZIMO E OFERTAS NO ANTIGO TESTAMENTO

 

 

 

No Antigo Testamento, os dízimos era uma ordenança entre os Israelitas, três vezes no ano, (Nas Festas dos Pães Asmos, Festa das Semanas e Festas do Tabernáculo), todo Israel comparecia perante o Senhor para celebrar as bênçãos recebidas naquele período, porém, ninguém poderia se apresentar de mãos vazias (Deut. 16. 16 e 17), Cada um deveria trazer uma porção daquilo que lucraram durante o período entre uma festa e outra.

 

Apesar de ninguém poder aparecer de mãos vazias, nenhum deles era obrigado a dar aquilo que não tinha lucrado. Ao que plantou milho, deveria trazer uma oferta dos milhos, ao dono da eira de trigo, uma poção do trigo, ao vaqueiro, um sacrifício de bois e bezerros, ao pastor, um sacrifício de ovelhas, essa era a ordenança de Deus para o seu povo.

 

De acordo com este texto, essa não era uma ordenança para ser cumprida com má vontade, deveria ser comemorada com festas, pois ao trazer as ofertas ao Senhor, o povo estava agradecendo a Deus por tudo o que Ele tinha dado ao seu povo durante aqueles meses, era uma forma de reconhecer que tudo vem de Deus e que não temos nada por nossos próprios méritos.

 

Outro motivo para celebrar, era o fato de que uma vez que eles ofertassem com alegria, Deus continuaria abençoando o seu povo com as bênçãos dos céus e da terra (Det. 16.25;  II Cor. 9.7)

 

Para entender a origem, a ordenança e como era recolhido os dízimos na Antiga Aliança, leia as seguintes referências: Det. 12.11;  14.22;   II Crôn. 31.5,6;   Malaquias 3.10.

 

 

 

DÍZIMOS E OFERTAS NO NOVO TESTAMENTO

 

 

 

No Novo Testamento, existem diversas referências às contribuições executadas pela igreja primitiva, o próprio Jesus certa feita observou a contribuição de ofertas e comentou sobre quem teria dado a oferta maior naquele dia (Marc. 12. 41 ao 44).

 

Exceto pelas referências aos textos do Antigo Testamento, não existe uma ordenança clara sobre dízimos no Novo Testamento, isso porque, dízimo quer dizer dez por cento, ou um décimo daquilo que possuímos. Na igreja primitiva, os irmãos optaram por uma prática que julgo que a nossa geração jamais aceitaria cumprir.

 

Devido às constantes perseguições iniciadas por Paulo e que só teve fim em 313 d.C, Muitos irmãos perderam tudo durante as invasões em suas propriedades, assim sendo, aqueles que ainda possuíam bens, vendiam tudo o que tinham e repartiam entre toda a comunidade cristã de forma que nenhum tivesse mais do que o outro (Atos 2. 44 ao 47).

 

Levando em conta esta decisão, não houve a necessidade de se pregar sobre dízimos para essas igrejas, eles doavam muito mais do que dez por cento de seus bens e isso agradou tanto a Deus a ponto de ferir de morte aquele que por avareza, tentou enganar a Pedro e escapar desta decisão (Atos 5. 1 ao 10).

 

Para aqueles que defendem a idéia de que dízimo não é para nós porque os apóstolos não exigiram da igreja primitiva, é só agir exatamente igual aqueles irmãos agiam, reparta tudo o que ganhares com o teu próximo de forma que ele tenha o mesmo tanto que você, meio a meio, e estarás vivendo 100º igual a era apostólica (Posso te garantir que Deus se agradará muito da tua atitude).

 

 

 

PORQUE DIZIMAR

 

 

 

Como foi explicado no livro de Ageu, Dízimos e ofertas são investimentos na obra do Senhor, é uma demonstração de fé e amor pela obra.

 

Fé, porque ninguém conseguiria tirar dinheiro do seu salário se não conseguir antes acreditar na providência de Deus. Não dá para tirar o dinheiro do pão ou do açúcar, se não tiver fé para acreditar que Deus vai fazer o restante multiplicar e que aquele dinheiro não fará falta alguma para a sua vida.

 

Amor, porque somente um coração cheio do amor de Deus consegue investir na sua obra, somente alguém que ama muito o seu ministério e o Deus do seu ministério para desejar que o seu templo seja mais bonito, que a igreja trabalhe livre de dívidas e que as coisas fluam mais fáceis para o seu pastor poder trabalhar livremente na obra de Deus. Somente alguém que ame a obra não se importaria de investir assim.

 

Dízimo é agradecimento, é a devolução de uma parte daquilo que Deus te entregou, é a forma de dizer muito obrigado pelas bênçãos financeiras e de mostrar para Deus que apesar de estar sendo abençoado financeiramente, o seu coração não está apegado nas coisas daqui. Lembre-se “onde estiver o seu tesouro ai estará o seu coração(Mat. 6. 19 ao 21), então mostre para Deus que o seu tesouro maior é a sua fé, e que a sua riqueza principal são seus galardões que estão guardados lá nos céus.

 

 

 

O QUE NÃO É DÍZIMO

 

 

 

Dízimo não é base para a salvação, ninguém será salvo por ser dizimista ou será condenado por não ser. As bênçãos e maldições a respeito dos dízimos são condicionais à nossa estadia aqui na terra. Logicamente que, se estamos falando de uma atitude de amor e fé, de alguma forma isso também será contado na entrega dos galardões lá nos céus. Lembre-se salvação é pela fé, mas os galardões são pelas nossas obras (Rom.2.6 ao 8;   I Cor.3.14;   Efés.6.8;   IIJo 1.8;   Apoc.22.12).

 

A palavra Dízimo quer dizer a décima parte (ou dez por cento) de tudo aquilo que obtivermos de lucro, então, qualquer valor diferente disso seja para mais ou para menos não é dízimo, é oferta ou voto.

 

Apesar de o Senhor garantir na sua palavra que abençoaria os dizimistas abrindo as janelas dos céus e derramando sobre nós bênçãos tais que nos traga grande abastecimento (Malaq. 3.10), Dízimo é uma forma de dizer muito obrigado, é algo que não pode ser feito como uma compra para o futuro é um agradecimento pelo passado e presente, é reconhecimento pelo que Deus já lhe deu e aí sim, o acréscimo da fé do que ainda Deus vai te dar. Primeiro agradeça e só depois queira receber.

 

Dízimo não é dinheiro para pastor, os dízimos são dedicados aos custos da obra de Deus, obviamente que se uma igreja quer que seu pastor esteja de prontidão para visitas, socorros, tempo de oração e preparação de sermões, essa igreja precisará assalariar este pastor para que ele não se sobrecarregue e perca o contato com Deus e com o povo. Tal salário também é Bíblico (Número 18.24;   II Cor. 11.8;   Tim. 5.18).

 

Porém, caberá a cada pastor ter o temor de Deus para não tocar em um centavo a mais do que aquilo que lhe foi estipulado por concordância do ministério, pois, a partir daí torna-se roubo e quanto a isso a Bíblia é bem clara em I Coríntios 6.10.

 

 

 

CONCLUSÃO

 

 

 

Hebreus 7. 6 ao 9, revela-nos que Abraão (Que viveu muitos anos antes da lei sobre o dízimo ser dada a Israel) dizimou de tudo o que tinha para Melquisedeque.

 

Meuquisedeque é uma figura de Cristo no Velho Testamento (ou porque não, o próprio Cristo) (Heb. 7.1,2,3), ele aparecia a Abraão e recolhia os seus dízimos abençoando a Abraão todas as vezes que se ia dele.

 

Mas em meio a este texto revelador a respeito de Abraão, está o versículo 8 que não fala de Melquisedeque (Comparar com v.3). o versículo 8 revela exatamente a resposta da pergunta que foi feita no título deste estudo. Lembremos:

 

“ SE DEUS NÃO PRECISA DE DINHEIRO, QUE OBRIGAÇÃO TENHO COM ESTAS COISAS? ”

 

O escritor aos Hebreus explica que quando entregamos os nossos dízimos aos homens mortais aqui (líderes e tesoureiros das igrejas), Ali no céu, um que é imortal recebe os nossos dízimos.

 

O dinheiro permanece aqui, mas a sua atitude de fé e amor é acrescentada na contagem dos seus galardões lá nos céus. Deus não precisa do seu dinheiro, mas Ele ordenou que ajudássemos a sua obra e garantiu que nos abençoaria por isso, portanto, seja um dizimista e ofertante da obra do Senhor, e com certeza Deus te abençoará.

 

Para concluir, releia Ageu 1. 1 ao 11; Malaquias 3.10; e Hebreus 7. 1 ao 10.

 

 

 

Geisiel Santos

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