O FILHO PRÓDIGO

04/03/2012 07:41

 

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O FILHO PRÓDIGO

 

 

 

Por: Maximiller Vaz

 

 

Texto de Lucas 15. 11 ao 32

 

 

 

INTRODUÇÃO

 

 

 

O que é parábola? É uma narrativa curta, uma espécie de alegoria apresentada sob forma de uma narração, relatando fatos naturais ou acontecimentos possíveis sempre com o objetivo de declarar ou ilustrar uma ou várias verdades.

 

A palavra Pródigo quer dizer: “Que depende mais do que e necessário ou conveniente, ou seja, gastador esbanjador.”

 

Logo, Filho pródigo é sinônimo de filho esbanjador que gasta o dinheiro deliberadamente.

 

O texto acima fala sobre uma parábola muito conhecida de todos. Costumavam aproximar-se de Jesus, publicanos e pecadores para escutá-lo e, isso gerava murmurações entre os fariseus e os escribas. Sabendo disso, Jesus lhes disse essa parábola.

 

O narração é de uma historia muito interessante, pois Jesus põe como personagem um homem rico e com dois filhos criados, mas é no decorrer dessa história que Cristo mostra a forma que cada ser humano age diante do Pai que é Deus e a forma a morosa como o Pai sabe tratar com cada filho.

 

Ao falar do filho pródigo, Jesus trata de um problema muito comum nos nossos dias que é a dificuldade que o ser humano tem de se submeter a outro superior ou a um sistema, seja ele, ministerial, familiar ou secular.

 

Jesus está mostrando o amor do Pai que se estende mesmo pelos pecadores entre os homens, Ele fala de segunda chance, do direito ao arrependimento e do perdão que o Pai concede a todos que se voltam para Ele. O interesse de Deus é que seus filhos mantenham um relacionamento amigo com Ele e é por isso que Ele sempre está nos presenteando com o direito do perdão.

 

 

 

SAINDO DA CASA PATERNA

 

 

 

Quando o filho foi procurar seu pai, ele vai com a intenção de pedir o que é dele, o versículo 11 dá a entender que o rapaz vai ao pai sem estar aberto para nenhum diálogo, ele apenas quer a sua parte.

 

Imaginem um pai que criou seu filho com muito cuidado e acorda um dia e vê que o filho está decidido a sair de casa, imagino que na mente desse pai passa um filme de toda a sua vida tentando encontrar onde foi que ele errou como pai para com o seu filho.

 

Quando ele fala “Dá a parte dos bens que mim cabe”, era como se ele estivesse falando: “Eu não quero viver aqui com o senhor, estou cansado das suas regras e não quero viver com os limites que o senhor mim impõe”.

 

O filho do homem da parábola acabou cansado das restrições da casa paterna, pensou que sua liberdade estava sendo reprimida, o amor e o cuidado do pai foi por ele rejeitado, ele optou por seguir seu próprio caminho. O jovem rapaz não conhecia a sua obrigação com seu pai e saiu sem apresentar gratidão para com aquele que tanto o amava.

 

E assim, quantos não conseguem submeter-se a limites, afirmam que é melhor viver com seus próprios conceitos e não aceitam regras. Querem si comandar, pois afirmam não dever satisfações a ninguém e que qualquer limite o impedirá de crescer na obra de Deus. É assim que muitos saem do seu lugar, seguem pelos seus próprios caminhos e ao ver que nada era da forma que imaginava se vêem cercados pela vergonha de retornarem à sua casa onde Deus o chamou

 

 

 

O AMOR DO GRANDE PAI

 

 

 

Quando o filho pede a herança ao pai, ele não olha para sua pouca capacidade de administrar tantas riquezas. O pai era muito rico, pois deu a herança ao seu filho e continuou inabalável financeiramente.

 

Normalmente, por se tratar do filho mais novo, e da inexperiência do mesmo, o pai tinha todos os motivos para negar o pedido absurdo daquele jovem rapaz, afinal, todo pai cria seus filhos par ser um sucesso. Um pai do nosso tempo iria dizer que seu filho tem que aprender a administrar seus negócios primeiro, fazer uma faculdade e se preparar para tamanha responsabilidade.

 

Esse pai é diferente, ele não prende o seu filho a uma norma obrigatória, imagino que tenha passado muitas horas aconselhando o filho e só então pergunta se realmente era aquilo que o seu filho queria.

 

Se o filho optar por ficar, ele terá que obedecer aos regulamentos da casa paterna, no entanto, poderá desfrutar livremente de todas as riquezas do seu pai, se ele optar por partir, ganhará todas as liberdades que ele sempre sonhou, mas perderá as bênçãos da companhia do pai.

 

O filho decide que quer partir, e mesmo com lágrimas, o pai concede o seu desejo e abençoa o seu caminho.

 

 

 

A DECEPÇÃO

 

 

 

Os Países longínquos para onde o rapaz se dirigiu representam o estado da alma daqueles que não querem ouvir a voz de Deus.

 

Depois de sair da presença do Pai, o sonho da liberdade tende a si transformar em um pesadelo, os amigos se afastam e a paz de espírito é algo que não se pode encontrar quando se está longe de Deus, nessas horas é cada um por si e ninguém estende a mão ao próximo que está caído.

 

A situação daquele moço era a de alguém que saiu da sua casa para viver distante e acaba de descobrir que nada é como ele imaginava que era. O que fazer nessa hora? Voltar e ter que reconhecer que tomou a atitude errada, ou tentar continuar em meio à solidão e as aflições do mundo sem Cristo.

 

Aquele moço era teimoso, impulsivo e insistia no erro, ele resolve que vai se virar sozinho, queria provar ao seu pai que ele não depende de ninguém para vencer na vida e pretende com o tempo surpreender os seus familiares com uma vida estável e dentro dos autos padrões da época.

 

 

 

É HORA DE TRABALHAR

 

 

 

Pouco tempo depois, moço já não tinha mais nada da herança que tanto fez questão, estava falido e sem nenhum meio de sobrevivência. Ele precisava trabalhar, mas o que ele saberia fazer? Qual a sua profissão se na casa do pai ele tinha tudo do bom e do melhor?

 

Nessa hora fica claro que ele é de uma ótima família e que de nada ele tinha o direito de reclamar da moradia na casa de seu pai.

 

Ao chegar nessa fase da sua vida, esse moço assemelha-se muito com as pessoas da nossa geração, deseja-se o muito, mas não estão preparadas nem para o pouco, falta preparação para administrar seus sonhos. É por isso que temos visto ministérios frustrados, pessoas que não tinham nenhuma base ou chamado, mas queriam a qualquer custo ter um nome. Não se aceita mais receber regras, são insubordinados e não querem ser ajudados por ninguém.

 

 

 

DESTRUIÇÃO DA MORAL

 

 

 

Um judeu que se preze jamais tocará em um porco, nem mesmo passará perto dele. Para a tradição judaica, tocar em um porco é tornar-se imundo, miserável e distante da herança de Deus. Jesus está contando essa parábola dentro de Israel e, portanto, está retratando uma família judia.

 

O que para um judeu era uma vergonha, para aquele rapaz era sua sobrevivência no país distante, pois o único trabalho que ele encontra é o de cuidar de uma manada de porcos. Não dá para imaginar um judeu exercendo tal tarefa, era humilhante demais para eles e ia de encontro a todas as suas crenças e tradições.

 

Os porcos representam a escravização da alma que vive longe de Deus, na saída tudo parece estar no controle, mas logo o diabo toma como escravo e o faz fazer coisas que a pessoa nunca se imaginou fazendo antes.

 

Como se não bastasse, o rapaz começa a passar fome e passa a observar as bolotas que os porcos comiam e sente vontade de comer com eles, estava faminto e ninguém lhe dava nada.

 

Esta é a fase da degradação moral daquele que se afasta de Deus, muitos fazendeiros daquela região talvez conhecesse o pai do garoto, mas não o ajudava. A razão é simples, o filho só tem valor enquanto ele está debaixo dos valores do pai, quando tais valores são desprezados, o filho também perde todos os privilégios que antes tinha e passa a ser apenas mais uma em a meio à multidão.

 

 

 

LEMBRANDO-SE DA FAMÍLIA

 

 

 

“Quantos trabalhadores do meu pai têm pão com fartura e eu aqui morro de fome”

 

É, parece que as dificuldades mostraram a este jovem as virtudes de seu pai, ele lembra-se da forma que seu pai tratava seus funcionários e reconhece que, ao contrário do seu atual patrão, seu pai era bom, amoroso e cuidava até dos seus trabalhadores.

 

Ás vezes se vemos rodeados de grandes problemas que nós mesmos procuramos, aflições que não estaria conosco se ainda estivéssemos tão fiel a Deus como no início da nossa fé.

 

É nessa hora que devemos lembrarmo-nos do tempo em que orávamos mais, tempo que não perdíamos culto por mais simples que ele fosse. É tempo de voltarmos à essência, voltarmos ao primeiro amor e lembrarmos o que Jeremias escreveu em Lamentações 5. 22: “Converti-nos a ti Senhor e seremos convertidos, e renova os nossos dias como dantes.”

 

 

 

A CASA DO PAI É MUITO MELHOR

 

 

 

O momento em que o garoto decide retornar ao seu lar é o momento mais aguardado dessa história e, portanto, é um dos momentos que mais gera expectativas nessa narração. Ao desejar estar com o pai, o rapaz mostra que havia refletido sobre ele, prova que pensou em seu pai e que reconheceu todas as qualidades daquele em quem antes ele só conseguia ver defeitos. É o momento que antecede o reencontro e, portanto, um momento de dúvida: “Será que meu pai me aceitará de volta em sua casa?”

 

Diante dessa dúvida o rapaz planeja fazer uma proposta que ele julgava ser justa para que seu pai o aceite de volta: “Já não sou digno de ser chamado teu filho; trata-me como um dos trabalhadores”. O rapaz quer ser tratado como trabalhador  pois entende que não merece o direito de filho.

 

A humildade com que ele volta traz lições preciosas para nós, ir para a casa do pai simbolizava mudança de pensamento, mudança de comportamento, mudança de atitude e acima de tudo, mudança de caráter. Era uma sinal de humildade e dependência, era a forma de dizer: “Pai, faça em mim de acordo a tua vontade e eu me sujeitarei a ti.”

 

 

 

O PAI NÃO LHE ESQUECEU

 

 

 

Apesar da frustração, o pai sempre estava olhando para a estrada, ele também sonhava com o dia em que seu filho retornaria para os seus cuidados, afinal, o pai sabia mais que qualquer pessoa que seu filho não tinha capacidade de viver sem ele. Primeiro por ser o filho mais novo, segundo por que só perto do pai temos direção de como começar uma nova vida. O pai sabia que um dia ele iria voltar para casa, pois todo pai sabe a estrutura do seu filho.

 

Assim como aquele pai, Deus sabe a nossa estrutura, Ele sabe que sozinhos não conseguiremos, mesmo assim, nos da à liberdade de escolher e, muitas vezes, escolhemos o lado errado. É nessa hora que Deus passa a observar o nosso caminho e a sentir saudades desejando que um dia o filho lembre-se do Pai que tanto o amou.

 

O filho apresenta-se ao pai com pensamento de culpa, a mente deste rapaz devia está pensando muitas coisas, “Como justificar para seu pai?” “Como fazer seu pai entender o que ele fez?” “Como começar este diálogo?”

 

Imagino-o fazendo muitos planos, mas ele só soube expressar pequenas e preciosas frases:

 

 

“Pai pequei contra os céus e contra ti...”

 

 

Ele reconhece que o pecado dele é um pecado grave, reconhece ainda que o primeiro ato do seu pecado fosse contra o céu, ele entende que feriu tanto a lei de Deus, quanto a honra de seu pai e deseja ser perdoado por isto.

 

 

“...Já não sou digno de ser chamado teu filho.”

 

 

Observe que o sentimento de culpa que estava sobre este rapaz o faz se sentir indigno do perdão do pai. Esta é uma grande estratégia do inimigo quando quer impedir um escravo de ser liberto por Deus, ele lança a idéia de que Deus jamais aceitará aquela pessoa como seu filho, no entanto, o perdão de Deus é grande e jamais rejeitará um filho que retorna à sua casa.

 

 

 

A RECEPÇÃO

 

 

 

Ao ver o filho de longe, a maior preocupação do pai é que ninguém veja as vestes sujas e esfarrapadas do seu filho, antes de qualquer coisa ele chama um servo mandando que trouxesse a melhor roupa, um anel e sandálias para seus pés. Ora, a veste representa um novo espírito, o anel uma nova aliança e as sandálias representam um novo caminho para os pés do jovem arrependido.

 

O filho é bem abrigado nos braços de seu pai que ainda faz uma grande festa pelo retorno do seu ingrato filho. Para o pai era como se seu filho tivesse sido ressuscitado depois de vários dias estando morto, e isso para ele é motivo de grande alegria.

 

 

 

A REVOLTA DO IRMÃO MAIS VELHO

 

 

 

Paralelo a este moço está o seu irmão mais velho, ele era o exemplo de filho responsável, cuidava dos negócios do pai e sentia-se incomodado por ver o amor que seu pai apresenta pelo caçula que irresponsavelmente gastou tudo o que o seu pai lhe concedeu na despedida.

 

Ao chegar a casa e perceber que acontecia uma festa pela volta de seu irmão mais novo, o primogênito da família esboça uma grande decepção para com o seu pai, ele havia acompanhado todo o sofrimento do pai nos dias em que seu irmão estava fora e não julgava que seu irmão era digno de tamanha festa. Como era de se esperar, o filho mais velho agora passa a requerer também os direitos do seu trabalho, ele “lança em rosto” de seu pai, que ele nunca havia ganhado uma festa por ser obediente.

 

A decepção do rapaz era tão grande, que ao tratar do irmão ele usa a expressão “seu filho” e não “meu irmão”. Ele jamais poderia aceitar a idéia de que seu pai concedesse perdão ao filho desobediente e desordeiro, o seu irmão tinha de ser punido – pensava ele.

 

Com essa reação, o filho mostra que apesar de estar sempre na casa do pai, ele não havia adquirido a natureza do pai, estava ali todos os dias e se julgava melhor do que seu irmão que abandonou a casa paterna, mas na verdade, tinha muito que aprender com seu pai ainda até se tornar tão honrado e benevolente como ele.

 

É com muita paciência que seu pai senta e começa a lhe explicar que tudo quanto ele (o pai) tinha era também de seu filho, explica ainda que enquanto ele morasse na casa paterna, ele poderia ter tudo o que quisesse e a festa não era sinal de que ele amava mais o desertor, e sim de que ele estava feliz por seu filho imaturo estar se tornando tão obediente quanto seu velho irmão.

 

É com essas palavras que o pai o conscientiza de que ele nunca deixou de amá-los,  alegrava-se na obediência e sofria na falta dela, mais deixar de amar, isso não, ele era um bom pai.

 

 

 

CONCLUSÃO

 

 

 

Três lições podem ser tiradas dessa parábola:

 

 

1ª – Ao contar essa parábola, Jesus está deixando um alerta para os filhos insatisfeitos com o trabalhar de Deus. Estou falando daqueles que vivem reclamando de que nada está do jeito que queria e que Deus não está o abençoando completamente.

 

Entenda algo, o melhor lugar para um filho é a casa do pai, não existe um lugar melhor nem mais aconchegante. Não saia da presença de Jesus.

 

O mundo é como um bolo confeitado, por cima tudo parece lindo, mas atrás do confeite existe muitas emendas e crateras que poderá te destruir. Lembre-se: É melhor ficar com Jesus.

 

 

 

2ª – Outro destino para o qual é endereçada esta parábola é para aqueles que já se afastaram de Deus, aqueles que estão sofrendo nas garras do diabo e que o inimigo tem dito aos seus ouvidos que Deus não te aceitará de volta.

 

Muitas pessoas sonham em voltar, mas temem ser discriminados, têm medo de a igreja o rejeitar e de o próprio Deus não o receber.

 

Deus está a sua espera, ele te ama e olha todos os dias para os seus caminhos esperando pelo seu retorno. Deus jamais desistirá de você, corra hoje de volta para os braços de Jesus e descubra o amor que Ele sente pela sua vida. Ele te espera com roupas limpas (um novo espírito), um anel (uma nova aliança) e um par de sandálias (um novo caminho). Volta hoje para Jesus.

 

 

 

3ª – O último recado da parábola vai para os “xerifes” da igreja, aqueles que se sentem o maior merecedor e que fica revoltado toda vez que vê seu irmão ser abençoado.

 

Jesus está te convidando hoje para aprender com Ele, ele quer te ensinar a ser manso e humilde de coração e te prova que apesar do tempo de crente que essa você tem, ainda está precisando se converter em muitas coisas, especialmente no amor e compaixão pelo seu próximo, sem contar na inveja que precisa ser arrancada da alma.

 

Seja qual for a tua situação, creia, o pai tem a palavra certa para a sua vida.

 

 

 

 

Escrito por:   Maximiller vaz

Itinerantemiller@hotamil.com

 

 

Revisado por:   Geisiel Santos

www.geisielsantos.com

 

 

 

 

 

 

 

 

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