6 TALHAS DE PEDRAS

01/02/2012 10:00

 

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6 TALHAS DE PEDRAS

 

 

Por: Geisiel Santos

 

João 2

1  E, AO terceiro dia, fizeram-se umas bodas em Caná da Galiléia; e estava ali a mãe de Jesus.

 

2  E foi também convidado Jesus e os seus discípulos para as bodas.

 

3  E, faltando vinho, a mãe de Jesus lhe disse: Não têm vinho.

 

4  Disse-lhe Jesus: Mulher, que tenho eu contigo? Ainda não é chegada a minha hora.

 

5  Sua mãe disse aos serventes: Fazei tudo quanto ele vos disser.

 

6  E estavam ali postas seis talhas de pedra, para as purificações dos judeus, e em cada uma cabiam dois ou três cântaros.

 

7  Disse-lhes Jesus: Enchei de água essas talhas. E encheram-nas até em cima.

 

8  E disse-lhes: Tirai agora, e levai ao mestre-sala. E levaram.

 

9  E, logo que o mestre-sala provou a água feita vinho (não sabendo de onde viera, se bem que o sabiam os serventes que tinham tirado a água), chamou o mestre-sala ao esposo,

 

10  E disse-lhe: Todo o homem põe primeiro o vinho bom e, quando já têm bebido bem, então o inferior; mas tu guardaste até agora o bom vinho.

 

11  Jesus principiou assim os seus sinais em Caná da Galiléia, e manifestou a sua glória; e os seus discípulos creram nele.

 

12  Depois disto desceu a Cafarnaum, ele, e sua mãe, e seus irmãos, e seus discípulos; e ficaram ali não

muitos dias.

 

PREFÁCIO

 

 

Essa é a história das bodas de Caná, o primeiro milagre de Jesus em Caná da Galiléia (v. 11), é também interpretado por muitos estudantes da Bíblia como sendo o primeiro milagre público de Jesus, o que seria um equívoco já que vários sinais antecedem a este, porém, em outras cidades.

 

Em Lucas 4 do 14 ao 32, logo depois de ser tentado no deserto, Jesus entra em uma sinagoga de Nazaré e prega um sermão onde afirma que Ele é o cumprimento das profecias de Isaías, o texto mostra que o levaram ao cume de um monte para lançá-lo de lá e Ele, tornando-se invisível, passou no meio deles sem ser visto e viajou para cafarnaum. Observe que nessa ocasião Jesus ainda andava sozinho, pois não tinha discípulos.

 

Chegando a Cafarnaum Jesus prega na sinagoga da cidade e expulsa o demônio de um homem que atrapalhava a sua mensagem dizendo a todos que Jesus era o filho de Deus (Lucas 4. 33 ao 36).

 

Saindo dali, Jesus vai para a beira do lago de Genesaré (Mar da Galiléia), Jesus já era conhecido, não por milagres, mas por seus sermões cheios de autoridade. Para conseguir pregar, Jesus sobe no barco de um pescador chamado Simão (Pedro) para pregar à multidão que fora a praia na tentativa de ouvi-lo um pouco mais. É nessa ocasião que Ele opera o seu primeiro milagre público.

 

Depois de pregar o seu sermão, Ele pede que Pedro afaste o barco da praia e ordena que ele lance a rede ao mar, Pedro questiona que havia passado a noite lançando a rede e não pescou nada, mas, ainda assim obedece a ordem do mais novo pregador da cidade, para surpresa de todos, a rede vem cheia de peixes a ponto de começar a rasgar. Como não conseguia puxar a rede sozinho, Pedro pede ajuda aos seus amigos André, Tiago e João que prontamente o ajuda a trazer os peixes para a praia.

 

É a partir deste milagre que Pedro, Tiago, João e André começam a seguir Jesus sob a promessa de se tornarem pescadores de homens. Não podemos nos esquecer que estes foram os primeiros discípulos a serem escolhidos entre os doze.

 

No dia do casamento em Caná, Jesus já está na companhia de seus discípulos (João 2.2), portanto, Este milagre não antecede o milagre de Cafarnaum, nem a expulsão de demônio nem o desaparecimento misterioso de Cristo em Nazaré. O ato do noivo em mandar um convite para a família de Jesus e outro exclusivo para Ele e seus discípulos é a prova de que Ele já era conhecido, não ainda como o Messias, mas como um profeta cheio da autoridade do Espírito Santo.

 

Para concluirmos esta parte do estudo, ressaltamos que este foi o primeiro milagre de Jesus em Caná, e não o primeiro milagre público de Jesus sobre a terra. A prova para isso está no versículo 11 do texto que estamos estudando.

 

 

INTRODUÇÃO

 

 

Essa é uma história bastante interessante, pois faz revelações importantes a respeito de Jesus.

 

Em meio a uma festa de casamento, que de acordo a tradição da época durava cerca de sete dias, o vinho, o símbolo da alegria da festa se acaba.

 

Imagine o desespero dos servos que trabalhavam na cozinha, precisavam falar imediatamente com o mestre-sala, o homem responsável pela organização da festa, provavelmente havia sido contratado para tal serviço e agora mostrava que não era tão competente quanto dizia a possível propaganda.

 

O problema é que o tal homem está no salão nobre na companhia dos convidados ao invés de estar nos bastidores da festa. Uma vez que ele era o responsável pela festa, era sua obrigação está na organização e não se portando como um convidado qualquer, era um mestre-sala despreocupado com o serviço e talvez por isso tenha feito o cálculo errado da quantidade de vinho comparado ao número de convidados.

 

Maria, porém, portando-se como uma dona de casa responsável, assume a responsabilidade que deveria ser do mestre-sala, não era a casa dela, nem a festa dela, mas como tudo estava desorganizado, ela resolve tomar o controle da situação e cuidar dos servos que trabalhavam na cozinha. É neste momento que é feita a constatação do que representava o fim da festa; O vinho havia acabado.

 

Jesus é chamado por sua mãe que espera que Ele faça alguma coisa, no entanto, para não deixar brechas para a mariolatria futura, Jesus responde que não tinha nada a ver com os pedidos da sua mãe e que não era chegada a sua hora, demonstrando assim que não se importava com aquela situação.

 

Entendendo que ela não tinha mais controle sobre o seu filho, Maria volta aos servos e diz que se Jesus voltasse e desse alguma ordem a eles, era para a ordem ser cumprida.

 

 

SEIS TALHAS DE PEDRAS

 

 

  

Algum tempo depois Jesus vai ao encontro dos servos e percebe que havia ali seis talhas de pedras. Essas talhas era uma espécie de barril que de acordo com o tamanho de cada um, cabia entre 80 e 120 litros de água cada.

 

O texto fala que alguns cabiam dois e outros três Almudes, ou Cântaros, ou metretas (a depender da tradução).

 

Ambos os vasos citados acima eram parecidos e cabiam 40 litros de águas cada, portanto, não faz diferença qual deles fora usado.

 

As talhas foram usadas para a purificação, uma tradição judaica de lavar as mãos e os pés na entrada de algum lugar importante, observe que, assim como o vinho que fora insuficiente para a festa, as talhas de purificação também estão vazias, ou seja, se alguém chegasse naquele momento para a festa não teria onde lavar as mãos e os pés.

 

Fico imaginando em que escola este mestre-sala teria se formado ou como havia adquirido a reputação para tal profissão.

 

Jesus ordena que os servos encham as talhas de água mais uma vez, observe que o Senhor não ordena que os barris do antigo vinho sejam cheios, seria bem mais propício usá-los ao invés de vasos usados para lavar as mãos e pés, no entanto, o Senhor escolhe usar os vasos de purificação, vasos onde poderia haver respingos de sujeiras. Como entender tal atitude?

 

 

O MILAGRE

 

 

Ao tomar a atitude mais inesperada do dia, Jesus estava mostrando o real sentido do seu ministério, mostrando a real missão para qual Ele veio ao mundo, Ele veio para cumprir a lei, mas não tinha nenhum compromisso com as tradições e os fanatismos de Israel.

 

Aquele povo não se lavava por um ato de higiene, eles se lavavam com a água daquelas talhas por acreditar que aquela água tinha um poder purificador de pecados.

 

Jesus manda encher as talhas com o líquido da tradição: A água. Ele faz aqueles servos carregarem cerca de 720 litros de água em cântaros que só cabiam 40, foram cerca de 18 cântaros (ou Almudes, ou metretas)  para encher aquelas talhas.

 

Fico a imaginar o que passava pela mente daqueles servos durante o trabalho, acho que imaginavam que o tal profeta estava ficando louco, afinal, não tinha mais tanta gente para chegar e lavar as suas mãos, para que tanta água se os convidados já estavam ali?

 

Depois que as talhas foram cheias, Jesus ordenou que se levasse um pouco daquela água para o mestre-sala beber. Entendemos que até então o milagre não havia acontecido, a água ainda era água e a atitude de oferecê-la ao mestre-sala pedindo que ele bebesse poderia custar a vida do servo, mas, mesmo com medo talvez, o servo vai, oferece ao organizador do evento a água que ele trazia em uma jarra de barro, no entanto, quando a água é derramada no copo alguma coisa de diferente acontece...

 

Não é água que cai, é vinho, o cheiro e a cor são irresistíveis e o mestre-sala não demora em beber daquela especiaria. Ao beber do vinho, o mestre-sala fingindo ser um governante que  estava  preocupado  com  a organização da festa  chama rapidamente o noivo à sua presença, o questionamento é este: “Porque deixou o vinho melhor para servir por último, deveria tê-lo servido primeiro enquanto o povo estava sóbrio e deixar o ruim para o final quando todos já estivessem dopados”. “Agora os convidados já estão fartos e nem saberão que tivemos um vinho de tamanha qualidade na festa.”

 

Observe que o mestre-sala está tão emocionado com o sabor do novo vinho que ele começa a falar mal do vinho que ele mesmo havia comprado para a festa do casal.

 

A alegria foi retomada dentro da casa, o noivo, a noiva, e o próprio mestre-sala só souberam o que aconteceu depois pela boca de seus servos já que Jesus tendo cumprido a sua missão se retira rapidamente para a sua casa em Cafarnaum levando consigo sua mãe, seus irmãos e seus discípulos

 

Um grande livramento foi dado àquela família naquele dia e Jesus sai sem se quer recobrar agradecimentos, provando com isso que o seu prazer é somente abençoar e não, fazer espetáculos como vemos em nossos dias.

 

 

PORQUE AS TALHAS E NÃO OS BARRIS

 

 

Como podemos aprender no tópico acima, aquelas talhas eram vasos usados para a tradição dos judeus de se purificarem, para os judeus a purificação é de fora para dentro e não de dentro para fora. Jesus não estava interessado neste tipo de tradição, Ele veio para nos ensinar justamente a limparmos o nosso interior para que nosso exterior seja limpo.

 

- Ele não usa os barris do primeiro vinho porque o seu vinho era diferente, o vinho de Deus é puro, não alcoólico, traz benefício para a saúde do homem e não enfermidades como os vinhos que são oferecidos por aí. O vinho de Deus é paz, alegria, refrigério e unção e isso só se adquire na pessoa do Espírito Santo, e portanto, a ordem de Deus para nós é: “E não vos embriagueis com vinho em que há contenda, mas enchei-vos do Espírito;” (Éfesios 5. 18)

 

Jesus não estava disposto a misturar o seu vinho puro com aquele que estava sendo servido ali e essa é uma das razões pela qual Ele não usa os barris que a essa altura, estavam também vazios e prontos para serem reutilizados.

 

2º - Uma lição estava sendo ensinada ali, uma revelação de Deus é expressa neste milagre. Ao usar as talhas da tradição, Jesus estava mostrando exatamente o que Ele veio fazer no mundo: Substituir a tradição errada e sem base espiritual por um milagre de vida eterna e alegria suprema.

 

 

A ÁGUA E A TRADIÇÃO - Assim como a tradição, a água é inodora, insípida e incolor, ou seja, não tem cheiro, não tem gosto e não tem cor. Era exatamente assim que Jesus via a tradição, simplesmente sem sentido, não se tinha um prazer em obedecê-la, as pessoas obedeciam porque era lei, no entanto, nem eles mesmos conseguiam entender o real significado de tudo aquilo.

 

 

O VINHO E A GRAÇA - Ao invés da água surge o vinho, cheiroso, saboroso e tinto, com cor forte e totalmente atraente, as pessoas não o bebem por uma obrigação como quando se bebe a água, as pessoas bebem o vinho por prazer, por gostar do seu sabor e considerá-lo uma fonte de prazer e alegria (Obviamente não estamos falando do vinho alcoólico como é vendido nos dias atuais).

 

 

O QUE ELE QUIS ENSINAR?

 

 

É exatamente isso que Jesus espera do seu povo, Ele veio trazer um vinho novo, substituir as águas da tradição por um vinho de prazer e alegria, substituir o fardo do pecado por um jugo suave e um fardo leve, prazeroso de se carregar (Mateus 11.30).

 

O Senhor não deseja que o sigamos por medo ou obrigação, Ele quer que o sirvamos por prazer, por reconhecer que Ele é Deus e que tem sempre o melhor para Ele.

 

Não podemos transformar o evangelho em uma tradição ritualística, assim ficará como água, uma obrigação chata, o evangelho é vinho novo, é alegria, é novidade de vida, é desfrutar do melhor de Deus para as nossas vidas e sentir a alegria de ser um servo dEle.

 

Precisamos disto para nós, abandonar as velhas práticas, os velhos rituais, os velhos costumes e partir ao encontro do novo, do prazeroso, da felicidade, e com certeza, ao procurar essa felicidade chegaremos a um único nome, Jesus, o único que pode dar continuidade a nossa festa, o único que pode impedir que os sonhos sejam frustrados e fazer com que haja alegria suficiente para toda a eternidade, Ele é Jesus.

 

 

O MELHOR FICOU PARA O FINAL

 


Vs. 10 – ‘’Todo homem põe primeiro o vinho bom e, quando já têm bebido bem, então o inferior; mas tu guardaste até agora o bom vinho.’’

 

Talvez a sua vida esteja mais ou menos igual o vinho daquela festa, a alegria está se afastando aos poucos e tudo o que você consegue ver é um futuro repleto de tristezas e más lembranças por causa do seu atual estado, quem sabe ao ver o barriu de vinho se esvaziando você já até pensou que esse é seu fim.

 

Analisando este milagre, posso te afirmar com certeza     que a sua história não vai acabar assim, Deus está reservando uma grande surpresa para você.

 

Permita-me fazer-lhe uma pergunta, você convidou Jesus para a sua festa, aqueles noivos não esperaram o vinho acabar para chamar a Jesus, eles o convidaram para a festa, para se alegrar com eles por aquele momento tão feliz e foi ai que receberam o milagre.

 

Às vezes esquecemos-nos de Jesus quando as coisas vão bem e só lembramos dEle na hora da dificuldade, mas, caso você tenha feito como Marta e Maria, vou dar a você a mesma resposta que Jesus deu a elas.

“Disse-lhe Jesus: Eu sou a ressurreição e a vida; quem crê em mim, ainda que esteja morto, viverá;” (João 11.25)

 

Jesus tem poder para fazer seus dias atuais serem melhores do que seus primeiros. Convide Jesus para sua vida, substitua as suas velhas práticas e crenças pela Palavra de Deus, deixe esta palavra fluir na sua vida e receberás uma paz tão gostosa, que não servirás a Deus por obrigação, mas por prazer, pela alegria de ser seu servo(a) e estarás cumprido exatamente o que Ele projetou para o seu povo.

 

Lembre-se: O interesse maior de Jesus era que a alegria não acabasse naquela festa e Ele está disposto a fazer com que isso também aconteça na sua vida.

 

Seja feliz. Este é o interesse de Deus para você.

 

 

 

Geisiel Santos

www.geisielsantos.com

 

 

 

 

 

 

 

 

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