PENTECOSTES E AVIVAMENTO. O QUE SIGNIFICA ESTAS PALAVRAS?

11/12/2011 14:56

 

Download deste estudo. Clique aqui:  PENTECOSTES E AVIVAMENTO.docx (23 kB)

 

 

PENTECOSTES E AVIVAMENTO

 

 

Por: Geisiel Santos

 

 

PENTECOSTES (FESTA DO CINQUENTA)

 

 

Em Levíticos 23, v.16 aos 21 a festa da Pentecoste ou Festa do Cinqüenta, é apresentada como uma festa que ocorria literalmente cinqüenta dias depois da páscoa. Era uma festa de júbilo pela colheita e, as pessoas (judeus) apresentavam uma série de sacrifícios ao Senhor. A saber, cada um deveria trazer como oferta: dois pães, duas dízimas de farinha, sete cordeiros, um novilho, dois carneiros, e um bode para expiação de pecados. Ou seja, era uma festa em que as pessoas, agradeciam pelas bênçãos financeiras, trazendo ofertas de gratidão que representasse fisicamente aquilo que eles haviam recebido de Deus. E isso lhes servia de santidade ao Senhor por terem sido gratos a ele. Nessas festas todos os judeus que estivessem em qualquer parte do mundo, retornavam a Jerusalém para participar da festa e agradecer a Deus por tudo quanto tinham adquirido naquele ano.

 

 

ATOS DOIS

 

 

No livro de Atos dos apóstolos capítulo dois, nós vemos o início da profecia de Joel dois se cumprindo. Os discípulos estavam reunidos em Jerusalém orando ao Senhor, conforme Jesus lhes havia mandado no ato da sua ascensão aos céus, quando disse: “ficai em Jerusalém, até que do alto sejais revestidos de poder”, e coincidiu que completou-se cinqüenta dias desde o final da páscoa, e nessa data iniciava em Israel então a festa de Pentecostes ou festa dos cinqüenta.

 

É justamente por esta questão, que o movimento da descida do Espírito Santo, ficou conhecido como pentecostes, ou Movimento Pentecostal. No entanto, fica claro que em nada Deus tenha ligado a descida de seu espírito ao nome da festa local, sendo esta ligação, algo feito ao longo da história da igreja pela data em que a descida do Espírito Santo aconteceu.

 

A Bíblia relata em Atos dois, versículo primeiro, que se cumprindo o Dia de Pentecostes estavam todos reunidos em um só lugar orando quando ouviram o som como que de vento forte e impetuoso e viram línguas como que de fogo que encheu toda a casa. A Bíblia fala-nos ainda, que todos os cento e vinte que estavam na casa foram cheios do Espírito Santo e falavam em outras línguas.

 

 

OUTRAS LÍNGUAS

 

 

É importante salientar, que apesar de em diversas passagens do Novo Testamento, a Bíblia falar sobre a comprovação dos dons de línguas que é dado a cada um conforme Deus quer a partir do batismo no Espírito Santo, nessa ocasião em especial os discípulos não falaram em línguas celestiais. No mesmo capítulo dois de Atos do versículo seis ao versículo oito, a Bíblia diz que ouve um espanto na cidade, uma vez que cada turista ouvia o evangelho ser pregado em seu próprio idioma. O simples fato de os novos pregadores serem todos judeus, já era motivo de espanto para aqueles estrangeiros que presenciaram aquela cena.

 

Dos versículos nove ao versículo onze, pelo menos dezesseis lugares diferentes são citados como tendo representantes naquela festa e todos ouviram a mensagem cada um na sua língua.

 

Fica claro, portanto, que naquele dia os discípulos são usados por Deus para pregar o evangelho em idiomas desconhecidos para eles, mas conhecidos para os ouvintes. O que siguinifica que, inicialmente nenhum deles falou diretamente nas línguas estranhas que o Espírito os daria talvez em o mesmo dia, mas em outro momento.

 

 

ESTANDO EMBRIAGADOS

 

 

No mesmo texto, no versículo treze, alguns começam a zombar dos discípulos alegando que os mesmos estivessem embriagados. É interessante notar, que essa fala não surge da boca dos discípulos como é pregado nos dias atuais, mas, são os zombadores que ousam dizer tal coisa. Isso se confirma no momento em que Pedro se coloca de pé nos versículos quatorze e quinze e rebate tais palavras dizendo: “Estes homens não estão embriagados como vós pensais sendo essa a terceira hora do dia, ou nove horas da manhã.

 

Observe que Pedro não alimenta essa idéia, antes, a combate pedindo que não comparassem a unção do Espírito com a embriaguez terrena. É uma pena que nos nossos dias, essa prática tenha se tornado tão banal a ponto de que quem não aceitar tal idéia ser considerado frio e sem o Espírito de Deus.

Não consigo imaginar como Pedro iniciaria seu sermão nos dias de hoje ouvindo o povo de Deus gritando: “Estamos embriagados do Espírito”.

 

 

O AVIVAMENTO

 

 

Em que momento desta história aconteceu o avivamento?

 

Terá sido quando ouviram o som de um vento impetuoso?

 

Terá sido quando viram línguas repartidas como que de fogo?

 

Ou quando falaram novas línguas?

 

Para respondermos essas perguntas, teremos primeiro que descobrir o que verdadeiramente é avivamento.

A palavra avivamento, tem sido por diversas vezes usadas para representar a descida do Espírito Santo e com base nisso, afirmam que se a igreja não glorificou em um culto durante tempo integral, é sinal que esse culto não pode ser considerado um culto avivado.  Isto é uma inverdade, o verdadeiro avivamento não é e nem pode ser medido pela glorificação em um culto - ainda que a glorificação seja um fator de total importância durante uma adoração conjunta ou individual – o avivamento é representado pela restauração de forças espirituais ou físicas gerando assim, disposição para o trabalho na obra do Senhor.

 

Imagine um crente que chega à igreja frio, desanimado, pensando em desistir, e ao sair do culto propõe em seu coração que daquele dia em diante vai votar a ser fiel, freqüentar os cultos, sair em busca de almas e etc. Esse crente foi avivado, aleluia!

 

Agora imagine um crente que chegou e saiu do mesmo culto cantando, sorrindo, falando em línguas e etc., mas, quando foi chamado para o evangelismo, não estava disposto, foi chamado para a oração, ele não tinha tempo, cultuar no meio da semana, nem se fala, só tem compromisso com o louvor no Domingo (Apocalipse 3.1)

 

Será que o avivamento é mesmo só sentir a graça no culto? Ou é quando o culto gera uma mudança no nosso pensamento e na nossa maneira de viver?

 

O avivamento de Atos dois acontece justamente quando os medrosos discípulos (que tinham abandonado Jesus na cruz) se dispõem a pregar a palavra de Deus. Conseqüentemente as pessoas passam a serem avivadas quando, depois de ouvir o sermão dos discípulos – com destaque ao de Pedro que parece pregar em idioma local – resolvem mudar de vida gerando o resultado de quase três mil almas que se renderam a Jesus naquele dia.

 

Esse é o avivamento que a bíblia ensina não só o derramar da unção do Espírito em um culto, mas, o resultado que esse culto vai gerar na vida das pessoas que ali se fazem presentes.

 

 

E A ORAÇÃO DE HABACUQUE?

 

 

Habacuque três versículo dois é outro texto entre tantos outros que tem o seu conteúdo distorcido em muitas pregações. Se lermos os três capítulos inteiros de Habacuque, veremos que o contexto fala de um povo desobediente, desviados e entregues ao pecado. Um olhar mais atencioso perceberá que Habacuque em momento algum de seu livro, julga seu povo digno da presença ou das bênçãos de Deus. Ele está revoltado com os pecados de seus conterrâneos e clama a todo o momento por vingança da parte de Deus sobre aquele povo.

 

O que levaria então Habacuque a pedir para que Deus enchesse esse povo obstinado de sua glória? O que faria o mesmo Habacuque que antes abominava as ações daquele povo, de repente julgá-los dignos da unção de Deus? A resposta é nada, porque em nenhum momento Habacuque pediu isso em favor de seu povo.

 

Quando Habacuque pediu um avivamento para aquela geração e a que estaria por vir, ele tinha consciência dos erros daquele povo e também de todas as punições que Deus faria cair sobre aquela geração de homens e mulheres descompromissados com a vontade de Deus. Portanto, o que Habacuque pede, não é um derramamento de unção sobre aquele povo, e sim, um mover de reconhecimento, arrependimento e mudança de vida.

 

O que Habacuque queria dizer era: “Senhor faz este povo voltar a ter vida espiritual, e faz eles enxergarem o quanto estão perdidos e distante da Tua vontade”

 

Poderíamos também interpretar a oração de Habacuque da seguinte maneira: “Senhor dê uma segunda chance ao seu povo”

 

A primeira interpretação combinaria perfeitamente com a frase: “Aviva ó Senhor a tua obra no meio dos anos”, enquanto a segunda explica o final do versículo que diz: “na ira lembra-te da misericórdia”.

 

 

CONCLUSÃO

 

 

Não podemos abrir mão da presença do Espírito Santo em nossas vidas uma vez que só Ele pode promover um avivamento em nossos corações. No entanto, não podemos dar aos feitos do Espírito nomes e títulos que não condizem com o que Ele esteja fazendo no meio do seu povo no momento em questão. 

 

Se ao término de um culto você se sente alegre por ter sentido a presença de Deus naquele culto e entrado em contato com Deus, é sinal de que você foi visitado pelo Espírito Santo e que ele ouve o teu clamor e continua a dar respostas a suas orações.

 

Se ao término de um culto você se sente alegre por ter ouvido Deus falar com você e está disposto a mudar de vida, passar a fazer mais a vontade Dele, e ser uma nova pessoa na presença de Deus conforme você aprendeu naquele culto. É sinal que você foi avivado por ele, pois as suas forças foram restauradas para uma reconstrução espiritual que vai beneficiar tanto a você como a muitas outras pessoas.

 

Portanto, queira ser visitado pelo Espírito e quando isso acontecer, peça a ele que promova um verdadeiro avivamento em sua vida. Não queira só ser abençoado por Deus, mas, permita que ele faça mudanças em sua vida tornando você uma pessoa melhor.

 

 

ISSO É AVIVAMENTO.

 

 

                              Geisiel   Santos

www.geisielsantos.com

 

 

 

 

—————

Voltar